quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Vinda de Cristo Sobre as Nuvens

Na atualidade tenho visto muita coisa sendo escrita e falada sobre a volta de cristo relatada em Mateus 24, mas poucas são de real relevância. A fim de ajudar a muitos que muitas vezes não tem acesso a bons ensinamentos sobre escatologia dedicarei algumas postagens a esse tema. Vamos começar falando sobre a Vinda de Cristo, apresentada em Mateus 24: 30:

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.

A primeira vista esse parece ser um texto de fácil interpretação, mas ao analisarmos algumas das palavras de Cristo notaremos que esse trecho não é tão simples. Vejamos o seguinte texto:

“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam”. (Mateus 24:34)

Pouco depois de Jesus fazer várias profecias, ele apresenta aproximadamente a época que estas acontecerão, pois como sabemos Jesus não falou aos apóstolos qual seria exatamente a hora em que Cristo viria - “Mas daquele dia e hora ninguém sabe”. No entanto, nasce um grandioso problema, o de que a palavra de Cristo não se realizou! Alguns tentam fugir deste problema alegando que Cristo dizia “todas estas coisas” se referindo aos acontecimentos contidos apenas até o versículo 28. Dando algumas justificativas para defender esta idéia, as quais, não considero importantes para serem apresentadas aqui neste momento. A questão é que esse problema se agrava quando analisamos outros textos similares sobre a Vinda de Cristo. Vejamos esses textos:

“Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu”. (Mateus 16

“Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino”. (Mateus 16:27-28)

Tais textos nos mostram que Jesus estava convicto, de que, alguns dos seus ouvintes O veriam vindo sobre as nuvens. Mas ao mesmo tempo é totalmente blasfemo dizermos que Ele se equivocou. Então qual a solução deste problema? A solução é conhecida como preterismo parcial, defendida por muitos teólogos reformados, como Sproul e Gill, a de que todas estas profecias se cumpriram. Segundo MF Blume:

“Muitas, muitas vezes Deus usou a noção de estar nas nuvens quando Ele indicou que viria em julgamento contra um povo. E esta não é uma interpretação mística da Escritura relacionada com feitiçaria ou gnosticismo. Tivéssemos olhado para outro lugar além da própria Bíblia, a fim de encontrar essas referências, então isso poderia ser dito ser “místico”. Contudo, estamos olhando para o restante da Bíblia a fim de permitir que a Bíblia interprete a si mesma!”

Sendo assim olhemos um dos muitos textos. O texto se refere a Davi:

Estando em angústia, invoquei ao SENHOR, e a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. Então se abalou e tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram e abalaram, porque ele se irou. Subiu fumaça de suas narinas, e da sua boca um fogo devorador; carvões se incenderam dele. E abaixou os céus, e desceu; e uma escuridão havia debaixo de seus pés. E subiu sobre um querubim, e voou; e foi visto sobre as asas do vento. E por tendas pós as trevas ao redor de si; ajuntamento de águas, nuvens dos céus. Pelo resplendor da sua presença brasas de fogo se acenderam. Trovejou desde os céus o SENHOR; e o Altíssimo fez soar a sua voz. (2 Samuel 22:7-14)

Nota-se a clara semelhança com Mateus 24, assim como muitos outros textos que apresentarei em outras postagens. Nota-se também que Davi não diz que estas coisas um dia acontecerão, mas que já aconteceram como podemos ver no versículo 18:

“Livrou-me do meu poderoso inimigo, e daqueles que me tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu.”

Assim o acontecimento da profecia de Jesus deve ter ocorrido em algum momento naquela geração, sendo um derramamento de ira. E é isto que argumentam os preteristas, dizendo ser esta a destruição de Jerusalém em 70 d.C.. Essa ira, como podemos notar no seguinte texto, deveria cair sobre Jerusalém naquela geração:

“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade; Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta;” (Mateus 23:33-38)

Portanto, visto a coerência do preterismo parcial, continuarei em outras postagens a dissertar sobre este tema, para não deixar nenhuma dúvida sobre a vinda de Cristo para julgar Israel.

Obs.: O termo “preterismo parcial” vem da crença de que nem todas as profecias encontradas no Novo Testamento já foram cumpridas. Já que Cristo afirmou claramente que voltaria para nos buscar:

 “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:1-3)


2 comentários: